DIA MUNDIAL DO DIABETES:

Em 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes. Foi criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) junto à Organização Mundial da Saúde (OMS) e, posteriormente, consolidado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Tal data tem como finalidade conscientizar a população mundial sobre as complexidades acerca dessa Doença Crônica Não Transmissível. 

O foco dessa campanha é, acima de tudo, mostrar o reflexo do diabetes tanto na saúde quanto na taxa de mortalidade da população. Os dados do Ministério da Saúde revelam uma condição alarmante: aproximadamente 250 milhões de pessoas são afetadas por essa doença em todo mundo. E ainda, o Brasil está entre os cinco países do mundo que mais possuem habitantes com diabetes. Cerca de 7% da população brasileira se enquadra nesse diagnóstico. 

De acordo com a OMS, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são responsáveis por, aproximadamente, 70% das mortes em todo o planeta. Sendo assim, campanhas como essa ganham destaque e papel fundamental para auxiliar a população, seja por meio de alertas, orientações, estímulos à políticas públicas, incentivo aos exames de rotina e diagnóstico precoce e, até mesmo, como exercício, individual e coletivo, de reflexão sobre a saúde e o bem-estar. 


AFINAL, O QUE É DIABETES MELLITUS?

A origem do termo Diabetes Mellitus é latina e significa mel ou adocicado. O termo foi criado para fazer referência à urina adocicada dos pacientes. Interessante, não é mesmo? 

Primeiramente, vamos entender como funciona o metabolismo de um organismo saudável. É através da alimentação que obtemos energia. Então, quando nos alimentamos, estamos dando ao nosso corpo uma infinidade de macro e micronutrientes, dentre eles, a glicose. Ela é a nossa principal fonte de energia.  Para que ocorra sua regulação, a fim de um metabolismo energético de sucesso, é necessária a ação de um hormônio muito importante produzido pelo pâncreas, a insulina. 

A insulina é responsável pelo controle da quantidade de glicose no sangue, ou seja, promove uma metabolização adequada da glicose. Popularmente falando, a insulina é responsável por regular os níveis de açúcar no sangue. É justamente através da  desregulação de todo esse processo que temos a ocorrência do diabetes.

O Diabetes Mellitus pode ocorrer tanto pela falta de insulina, ou não produção da mesma, quanto pela incapacidade do organismo utilizá-la corretamente. Um indivíduo que possui tal doença crônica não consegue usar a glicose de maneira adequada, o que gera um déficit na metabolização desse carboidrato. Sendo assim, o sangue ficará com altas taxas de açúcar de forma contínua, gerando prejuízos à diversos órgãos, vasos sanguíneos e nervos. É justamente por tais características que a alimentação tem um papel fundamental na regulação e, em certos casos, na prevenção do diabetes. 


QUAIS SÃO OS TIPOS?

Temos quatro maneiras do diabetes se expressar em nosso organismo. São eles:

Diabetes Tipo 1: Ocorre quando o sistema imunológico de um indivíduo ataca e destrói as células responsáveis pela produção de insulina. Corresponde a cerca de 5% a 10% das pessoas com diabetes. Como ocorre mais frequentemente em crianças e adolescentes, o diagnóstico costuma ser dado nessa fase de vida. 

Diabetes Tipo 2: Ocorre devido a resistência à insulina. Nesse contexto, o corpo não produz quantidade suficiente desse hormônio ou é incapaz de produzi-lo de forma eficiente. Está totalmente relacionada ao estilo de vida de um indivíduo, ocorrendo em cerca de 90% daqueles que possuem essa doença. A incidência mais comum é em adultos ou pessoas acima do peso, sedentárias e com hábitos de alimentação não saudáveis.

Diabetes Gestacional: Pode ocorrer de acordo com as mudanças hormonais ocorridas durante a gestação. Nesse caso, ocorre uma resistência à insulina e sua ação é reduzida.  Essa condição pode persistir mesmo após o parto. 

Pré-Diabetes: Nesse cenário, os níveis de açúcar do sangue estão acima do recomendado, porém não é o suficiente para definir o diagnóstico de diabetes. Ocorre normalmente em pessoas acima do peso, hipertensos e/ou com dislipidemias. É importante ressaltar que 50% das pessoas nesse estágio irão progredir para a doença. Então, o alerta para essa fase se torna extremo pois além do grande risco do desenvolvimento, é passível de reversão. 

Qualquer pessoa pode ter ou desenvolver diabetes, entretanto vale a atenção aos fatores de risco: histórico familiar de diabetes mellitus, obesidade, hipertensão arterial, sedentarismo e idade acima dos 45 anos. 


QUAIS SÃO OS SINTOMAS?

Em geral, os principais sintomas são: fome, sede excessiva e vontade de urinar muitas vezes ao longo do dia.

Mais especificamente, temos algumas diferenças entre os sintomas do diabetes tipo 1 e do tipo 2. São elas:

Tipo 1:

  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
  • Perda de peso;
  • Fraqueza;
  • Fadiga;
  • Mudanças de humor;
  • Náusea e vômito.

Tipo 2:

  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Formigamento nos pés e mãos;
  • Vontade de urinar diversas vezes;
  • Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele;
  • Feridas que demoram para cicatrizar;
  • Visão embaçada.

TRATAMENTO, PREVENÇÃO E CONTROLE:

Após consolidado o diagnóstico, é recomendado pelo Ministério da Saúde, para o tipo 1, tratamento com insulina. Essa intervenção também é válida para aqueles pacientes do tipo 2 que não produzem mais esse hormônio em quantidade suficiente. Ainda para o tipo 2, majoritariamente, é recomendado o uso de medicação oral. Esse medicamento diminui a resistência à insulina ou estimula o pâncreas para maior produção. 

As formas de prevenção estão diretamente relacionadas com o estilo de vida do indivíduo. A prática de atividades físicas regularmente e hábitos alimentares saudáveis são grandes aliados tanto no combate ao pré-diabetes quanto no controle das fases posteriores. Além disso, a realização de exames de rotina é de extrema importância. Sendo assim, apesar dos diferentes tipos, o tratamento do diabetes é multiprofissional. Diante disso, cabe ao profissional de nutrição atuar tanto na prevenção, quanto no tratamento e controle dessa doença. 

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, a alimentação ideal precisa ser baseada, majoritariamente, em alimentos in natura ou minimamente processados. Ou seja, evitando aqueles alimentos ricos em gorduras, sal, açúcar e aditivos químicos, como no caso dos ultraprocessados. Em relação ao diabetes é imprescindível que se evite aqueles alimentos que possuem maior efeito nos níveis de glicose no sangue, como açúcar em excesso, por exemplo. Além disso, deve-se consumir diariamente verduras, legumes e frutas, ricos em fibras, essenciais para prevenção ou controle dessa doença. 


PAPEL DO NUTRICIONISTA: 

O nutricionista é responsável desde o planejamento alimentar até a relação do paciente com a comida. É comum que pacientes se sintam desencorajados a seguir o tratamento, principalmente por mudanças na alimentação, podendo, até mesmo, desenvolver transtornos alimentares. Cabe a esse profissional apoiar e orientar o paciente, a partir de uma visão biopsicossocial.


REFERÊNCIAS: 

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dia Mundial do Diabetes. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br. Acesso em: 10 de novembro de 2021.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diabetes. Disponível em: http://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes. Acesso em: 10 de novembro de 2021.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Alimentar para a População Brasileira. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 10 de novembro de 2021. 
CARTA CAPITAL. A história do diabetes. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/saude/a-historia-do-diabetes/. Acesso em: 12 de novembro de 2021. 

AUTORA: 

Gabriella Telles – Trainee de Marketing